sábado, 13 de fevereiro de 2021

Corsários e capitães


                1603, Março, 17, S. Martinho do Porto - Solicitação à Coroa para que haja um capitão na vila de S. Martinho por ser porto de mar e ser assolada por (corsários) ingleses e desse modo não ser suficiente estarem sob a protecção do capitão da vila de Alfeizerão.

 

                DGA/ANTT, Corpo Cronológico, Parte II, mç. 304, doc. 105

                Código de Referência PT/TT/CC/2/304

 

                Os officiais da camara desta vila de Sam martinho dos / Coutos dalcobaça fazem saber a V. Majestade que a dita villa está junto ao mar que nelle tem sua barra e porto de descargua onde com mais facellidade entram que em todos os desta costa e muitas vezes nelle emtraram e entram Ingrezes em suas embarquasoens aos quais os moradores da dita villa não acodem com ordem por razam de nella não auer capitam e estarem debaixo da bandeira da villa dalfeizeram; que he grande mea legua da dita villa de alfeizeram e sem rios de passar aonde os veignam acudir e se perde a ocazião de defençam em se leuar recado ao dito capitam sem cuja ordem os ditos moradores não podem tomar armas e defender-se e he contra o servisso de V. Majestade a deixar de auer capitão na dita villa sendo porto de mar mui continuo dos ditos Ingrezes pello que V. Majestade deue aver por seu seruisso mandarsse passar prouizam para que na dita villa se enleja hum capitam e se forme huma companhia como nas outras villas dos coutos porque assim serão defendidos e V. Majestade milhor seruido; escrita na camara da dita villa de Sam Martinho em dezassete dias do mes de março de mil e seis sentos e tres annos, Amador uelgo escriuão da camara a fes.

                [assinaturas: Francisco Cavaleiro, juiz; Domingos Pires, vereador e Lourenço Pires, procurador]


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