«A
mim, valentes entrudadas com ovos de gema, bisnagas e limões de cheiro. A mim,
ó Terça-Feira gorda, com todos os teus adminículos e atributos, vasos de noite,
abanos, chavelhos, rabos-leva, esguichos, pós de sapatos, filhós e coscorões
recheados de estopa, trambolhos para atar os artelhos e tachadas de breu para
pegar fundilhos às cadeiras! A mim, palavrões, gibadas, pés de nariz e
cambalhotas! A mim, toda a pilhéria e toda a laracha do tempo em que Lisboa
ria! A mim, as noites à viola do Baldansa, do Colete Encarnado e do Perna de
Pau! A mim, as olímpicas piadas do Sol, em tardes de touros no Campo Grande e
nas apartações e nas ferras de Castelo Melhor ou dos Campos de Alfeizerão!».
(Ramalho ORTIGÃO, Últimas Farpas, página 216, Editora
Bertrand, 1916)
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