Durante o ano de 1718, o padre-cura de Alfeizerão,
António do Couto, lavra uma anotação no Livro de Registos de Casamento da
freguesia sobre o casamento entre António Cota e Josefa Ramos,
celebrado na freguesia de São Tiago de Óbidos pelo padre Pedro Alves
Madeira. O motivo dessa união na vila acastelada, é explicada pelo padre-cura
de forma lacónica: o noivo, António Cota encontrava-se então preso no aljube de
Óbidos (ADLRA - Arquivo Distrital de Leiria, IV/24/B/52,
Registos de casamento da freguesia de Alfeizerão: 1660-1761, fl. 42v).
Dos assentos paroquiais da freguesia de São Tiago de
Óbidos (ADLRA, IV/38/B/50, Registos de casamento da freguesia
de São Tiago de Óbidos: 1695-1775, f. 35r), recuperamos o teor desse assento de casamento, ainda que ele seja omisso sobre a situação do noivo - na
transposição do texto, desenvolvemos as abreviaturas utilizadas:
«Em os onze dias do mes de Junho do anno de mil e sete centos e dezoito em esta igreja de S. Tiago de Obidos pellas onze horas da menham perante mim e as testemunhas abaixo assignadas por mandado do muito Reverendo Vigairo geral desta dita villa e com licensa do Reverendo Cura da villa de Alfeizerão, António do Couto, se reseberam por palauras de prezente na forma do Sagrado Concilio Tridentino e Constituição deste Patriarcado, António Cotta, filho de Manuel Cotta e de sua mulher Izabel Francisca, natural e morador em a villa de Alfeizerão, freguezia de S. João Baptista da dita villa donde elle contrahente foi baptizado, com Josepha Ramos, filha de Antonio Luis, já defunto, e de Antonia Ramos, natural da dita vila de Alfeizerão, freguezia da mesma Igreja onde a contrahente foi baptizada, os quais me constou nam terem canonico impedimento por papeis que aprezentarão, ao que tudo forão testemunhas entre outras muitas [pessoas] que prezente estavão, Aires Monteiro, tezoureiro em esta vila, os quais aqui comigo asignaram, dia, mês, era ut supra. O Cura Pe. Alues Madeira».
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