Alínea a
Partindo desta planta das ruínas do castelo que consta da ficha sobre o monumento no SIPA (Sistema de Informação para o Património Arquitetónico), organismo adstrito ao DGPC¹, recolhemos, dentro dos condicionalismos óbvios, duas imagens de um pequeno segmento da muralha sudeste da fortaleza (assinalada com uma seta no mapa), um pequeno e modesto vestígio de muralha que, não obstante, possui uma importância inegável porque delimita a sul o recinto interior ou praça de armas do castelo, terreno de eleição para futuros trabalhos ou prospeções arqueológicas.
Esta muralha sudeste estaria também guarnecida com três torreões redondos em simetria com a muralha noroeste. No conjunto, o recinto do castelo possuía uma forma aproximadamente quadrangular, uma vez que as muralhas desaparecidas a sudoeste e nordeste não possuíam um traçado retilíneo e perpendicular às outras duas.
Alínea b
A escala no mapa das ruínas do castelo (de 0 a 10 metros) confere uma noção aproximada das suas dimensões. Para uma estimativa (apenas ilustrativa) do recinto interior do castelo, tomamos como medida do eixo longitudinal da fortaleza a distância do princípio da primeira torre ao fim da terceira, o que, no terreno, nos deu como valores 30,27 m. O eixo transversal do mesmo recinto, de muralha a muralha, extrapolado a partir da escala do mapa, parece medir 28,5 metros, valor parcialmente confirmado pela distância entre os marcadores georeferenciados das muralhas noroeste e sudeste.
É importante sublinhar que estes valores são simbólicos e provisórios mas, de qualquer forma, eles perfazem a área de 862 metros quadrados; uma área conjetural apreciável para este castelo românico, sobretudo se nos lembrarmos que o castelo de Alcobaça, por exemplo, possui uma área aproximada de 700 metros quadrados².
No recinto interior do castelo, as fontes escritas e iconográficas indicam-nos que existiu aí uma torre de menagem de planta quadrada³; um palácio ou paço residencial para os abades ou hóspedes ilustres⁴ e, pelo menos, três casas de pedra em que se incorporou vestígios de pedras romanas epigrafadas⁵, não contando com outras casas não referidas nas fontes ou construídas em madeira.
Fontes:
¹ Ficha de Alfeizerão no SIPA. Acessível em http://www.monumentos.gov.pt/site/app_pagesuser/SIPA.aspx?id=6701
² Vide "Castle of Alcobaça" no fortalezas.org. Acessível em http://fortalezas.org/?ct=fortaleza&id_fortaleza=1423
³ BECKFORD, William – The Travel-diaries of William Beckford of Fonthill: Ed. with a Memoir and Notes by Guy Chapman, Volume 2, Cambridge: Printed at the University Press for Constable and Company & Houghton Mifflin, 1928.
⁴ COUTINHO, J. L. - "Apontamentos corográficos de Frei Manuel de Figueiredo sobre Alfeizerão", p. 12, PDF em: https://www.academia.edu/44227572/APONTAMENTOS_COROGR%C3%81FICOS_DE_FREI_MANUEL_DE_FIGUEIREDO_SOBRE_ALFEIZER%C3%83O [2020]
⁵ COUTINHO, J. L. - "O manuscrito 503: Alfeizerão no relatório de 1721 de Crsitóvão da Sá Nogueira", PDF em: https://www.academia.edu/44227572/APONTAMENTOS_COROGR%C3%81FICOS_DE_FREI_MANUEL_DE_FIGUEIREDO_SOBRE_ALFEIZER%C3%83O
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