1.ª - "Livro de Privilégios, Jurisdições, Sentenças, Igrejas deste Real Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça", DGA/TT, Ordem de Cister, Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça, liv. 92, f. 7 r
(Atualizamos a escrita e reordenamos cronologicamente as referências aos alcaides)
Alcaide-mor de Alfeizerão
Apresenta o Reverendíssimo, um Alcaide-mor do castelo de Alfeizerão, e
tem de ordenado 12000 réis cada ano. E, além disso, uma grande cerrada ao redor
do castelo, da qual deve pagar a este Mosteiro o oitavo das novidades pelos
títulos apontados no Livro 2 da Fazenda, fl. 143v, n.º 38.
Na carta de povoação que no ano de 1342 deu o Mosteiro aos moradores de
Alfeizerão, reservou para si o castelo com as suas entradas, saídas e pertenças
(Tombo Velho, fl. 166); o mesmo confirma o Foral de El Rei D. Manuel (Livro
novo dos Forais, fl. 5v).
Posse que o Mosteiro tomou da Alcaidaria-mor desta vila, em 1642, por
virtude da doação do Senhor D. João IV (Liv. 20 de Sentenças, fl. 9).
Pela sentença do Juízo da Coroa de 1655 e pelo Alvará do Sr. D. Afonso
VI de 1657 se decidiu que a data da alcaidaria-mor desta vila pertence ao
Mosteiro (Livro 25 de Sentenças. fl. 308 e fl. 193).
Diogo Botelho da Silveira era Alcaide-mor de Alfeizerão em 1596 (Tombo
do Souto, fl. 382); contra o mesmo obteve o Mosteiro sentença no Juízo da Ouvidoria
em 1596, e nela foi condenado a pagar o oitavo e o dízimo da cerrada do Castelo
(Liv. 2 de sentenças, fl. 168).
Silvério da Silva da Fonseca foi Alcaide-mor [final do século XVII].
Sentença proferida a favor de Silvério da Silva da Fonseca contra o
Mosteiro, e foi este condenado a pagar-lhe o ordenado de Alcaide-mor de
Alfeizerão (Liv. 1º de Sentenças, fl. 21).
Bernardo de Freitas de Sampaio (Livro da Dataria, p. 350. Desistência
que fez Livro 33 de Sentenças, fl.1), apresentado em 1695 e desistência em 1738.
João Carlos de Freitas e Sampaio. Livro da Dataria, fl. 351v, em 1738.
Desistência que fez da alcaidaria-mor de Alfeizerão, António Félix da
Silva Barradas, nas mãos do Reverendíssimo Donatário (Liv. 52 de Sentenças, fl.
545 v.º, Livro da Dataria, fl. 352, desistência, fl. 354 v.º). Fez homenagem em
1765.
Joaquim José de Freitas e Sampaio, alcaide-mor em 1769 (Liv. da
Dataria, fl. 353v).
Notícia sobre a dívida de 200$00 que o Alcaide-mor deve ao Mosteiro, e
sobre o ordenado que este lhe deve. Livro da Dataria e Livro Index das
Jurisdições = feito por Figueiredo.
2.ª – O manuscrito de António José Sarmento (excerto), publicado por Tito
Larcher em 1907
(Larcher, Tito Benvenuto de Sousa, «Dicionário Biográfico, Corográfico e Histórico do Distrito de Leiria»,
p. 227, Leiria, 1907)
Neste castelo e casas dele hospedou o D.
abade de Alcobaça, Martinho II de nome, a El-Rei D. Dinis e à rainha Santa
Isabel sua mulher com a sua corte a 9 de Junho de 1288. Nele se aquartelou
muitas vezes El-Rei D. Fernando. Foi reedificado em 1460. Os abades de Alcobaça
residiram muitas vezes nesta fortaleza, na qual estava, a 4 de Janeiro de 1430,
D. Estevão de Aguiar. O comendatário D. Henrique o habitou também e no tempo
dos abades comendatários D. José de Almeida, D. José de Ataíde e de D. Fernando
de Áustria, se arruinou o edifício da casaria por falta de reparos e ainda a 27
de Junho de 1630 declarou o auto de posse ao novo alcaide-mor que estavam
vigadas as casas e a grande com 18 vigas muito fortes capazes de duração.
Tenho escassas notícias dos alcaides-mores deste castelo
porque alguns papéis se desencaminharam em 1833. Só sei que a 12 de Dezembro de
1422 era João Afonso e em 1536 João Botelho, depois Silvério Salvado de Morais
e Silvério da Silva da Fonseca apresentado por D. Fernando de Áustria em Madrid
no 1º de Outubro de 1623, em atenção aos serviços do alcaide-mor seu pai, com
procuração de D. Michaela da Silva, mãe e tutora do pupilo-alcaide-mor.
Tomou posse do castelo seu tio D. Pedro da Silva e Sampaio,
depois bispo da Baía, e o governo do castelo foi entregue por uma provisão do
cardeal infante e abade donatário a Francisco da Silva, avô do novo
alcaide-mor. Depois, por sentença do juízo da Coroa, ultimamente confirmada por
alvará de 3 de Agosto de 1657, é a nomeação dos D. abades donatários cuja
nomeação até a nova ordem de coisas andava há mais de um século na família dos
Freitas e Feijós de Guimarães.
Afinal era alcaide-mor António Teixeira Coelho Vieira de
Queiroz, que tomou posse a 17 de Abril de 1825.
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