Este livro manuscrito, existente na Torre do Tombo (Direção Geral de Arquivos/TT, Ordem de Cister, Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça, liv. 92), foi redigido na sua maior parte por volta de 1750 pelo Cartorário-mor do mosteiro de Alcobaça, frei Gonçalo Pereira, e acrescentado minuciosamente por outros escribas ao longo dos anos que medeiam entre essa data e a saída dos monges do mosteiro em 1833. De Abril de 1833, por exemplo, quando os monges ainda davam vida aos claustros do mosteiro, temos neste livro o registo da nomeação do Barão de Portela como novo Alcaide-mor de Alcobaça.
O livro, como o título esmiúça, constitui um compêndio dos direitos e privilégios que o mosteiro detém, e as sentenças e litígios que versam sobre eles. A importância desta obra é relevante, mesmo pela possibilidade de alguns dos documentos a que ela alude, não terem chegado até nós, dadas as peripécias por que passou a livraria do extinto mosteiro.
A partir da versão eletrónica da obra (disponível no endereço http://digitarq.dgarq.gov.pt/details?id=1459083), coligimos as passagens que diziam respeito, sobretudo, à antiga lagoa de Alfeizerão e às vilas das suas margens, alargando a seleção a outros temas e lugares sempre que o julgamos útil e pertinente (outras vezes, a opção pelo texto a copiar foi meramente subjetiva, sem justificações plausíveis). A quantidade de dados que essas passagens nos facultam é apreciável, e esses dados podem ser de grande valia para os estudiosos, como já o foram para nós quando escrevemos sobre o couto de homiziados de Alfeizerão.
Na obra original, as sentenças e privilégios estão agrupadas sob a égide de títulos, dispostos em ordem alfabética; esses títulos estão, por sua vez, apresentados num índice que abre a obra, e que reproduzimos, infra. Respeitando esses títulos, movemos a sua disposição numa perspetiva temática, que resulta ser mais integrada. Sob cada título, acrescentamos o fólio da obra em que começa, e a referência da sua reprodução fotográfica, para facilitar a consulta do original.
Também copiamos, em cada assentamento, o seu registo arquivístico no cartório do mosteiro. O paradeiro atual de qualquer um desses documentos na Torre do Tombo, requer assim um trabalho suplementar para qualquer investigador que os queira referenciar.
As passagens que copiamos, reformulada a ordem em que aparecem, aparecerão aqui em duas publicações sucessivas. Atualizamos nelas a linguagem e os topónimos empregues, e acrescentamos alguns comentários em jeito de anotações. Dentro do texto, qualquer dúvida ou aditamento nosso surge, como é hábito, entre parêntesis retos.
Na última publicação que editarmos sobre este livro, contamos disponibilizar também uma versão PDF da totalidade das passagens que copiamos, para que qualquer pessoa interessada a possa transferir, e usar como achar oportuno.
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