domingo, 2 de setembro de 2018
quarta-feira, 15 de agosto de 2018
O assento de baptismo de Vitorino Fróis
Na margem do assento:
<Quinta de São Joze, N.º12, 12 de Abril de 1862>
<Victorino, filho de Joze Victorino da Fonseca Froes>
<Foi-lhe passada a cédula Pessoal com o Nº23616, 10-7-1924, P.e
[João de Matos] Vieira>
<Registou-se n/conservatória Lisboa, 11-11-33, Livro 418, Fl: 353, nº
553. Óbito: 22-7-34, Caldas da Rainha, P. Vieira>
O assento:
«Aos
doze dias do mez de Abril do Anno de mil oito centos e secenta e dois, pelo
meio dia, na Igreja Parochial de São João Baptista d’Alfeizarão, Concelho de
Alcobaça, Districto Eclesiastico d’Óbidos, Diocese de Lisboa, Eu, o Presbitero
Antonio da Conceição Pires, Prior Encommendado da mesma freguezia, baptizei solemnemente e pus os Santos Olleos a huma criança
do sexo masculino a que dei o nome de Victorino, que nasceo ás quatro horas do
dia dois do ditto mez e anno, filho legitimo primeiro do nome de Joze Victorino
da Fonceca Frois, de profissão lavrador, e de Dona Maria Joanna d’Avelar Froes,
recebidos na Freguezia de São Martinho do Porto e parochianos della, moradores
na Quinta de São Joze, nepto paterno de Victorino Joze Frois e Dona Maria Joze
da Fonceca Fróis, e materno de Antonio d’Avelar e Dona Anna Joaquina Garcia
Avelar. Padrinho, Francisco Gomes d’Avelar, tio materno, cazado, proprietário e
morador na villa de São Martinho, e a madrinha Dona Maria Joze da Fonceca
Fróis, avó paterna, viúva, e moradora na villa d’Alcobaça. E para constar
lavrei em duplicado o presente assento de baptismo, que depois de ser lido e
conferido perante os padrinhos, com todos o assignei. Era ut supra».
[assinaturas
do prior e dos padrinhos: O Presbítero Prior António da Conceição Pires; Francisco Gomes d'Avellar; Maria José d'Afonçeca Froes]
Fonte: Registos de baptismo da freguesia de
Alfeizerão, 1858-1864 (ADLRA, IV/24/B/37, fls.
47r-47v)
terça-feira, 3 de abril de 2018
domingo, 4 de março de 2018
sexta-feira, 26 de janeiro de 2018
Recurso: as «Antiguidades romanas de Alfeizerão», o artigo de José Carvalhaes (1903)
Os achados romanos no Pedrógão, cômoro cheio de mato que ainda lá se encontra na margem esquerda do rio, junto ao Casal da Ponte, e uma prospeção arqueológica realizada pelo arqueólogo nas Ramalheiras. Vestígios arqueológicos e epigráficos romanos em Alfeizerão e freguesia foram assinalados em diversas épocas e por diferentes autores, mas tirando o que se conservou em museus ou na posse de particulares, muitos desses vestígios estão confiados à terra à espera que os escavem e estudem, enquanto muitos outros terão desaparecido já diante de depredação movida por interesses económicos e imobiliários.
CARVALHAES, José, "Antiguidades romanas de Alfazeirão", in O
Archeologo Português, Vol. VIII, n.º 4, pp. 90-93, Janeiro de 1903, edição do
Museu Ethnologico Português, Lisboa, Imprensa Nacional, 1903
domingo, 3 de dezembro de 2017
terça-feira, 3 de outubro de 2017
O delíquio do rei, a quinta de Silvério da Silva e uma oferta abadesca
As
Caldas da Rainha, a sua história e o seu património cultural, está fortemente
vinculada à figura do rei D. João V, que a ela acorreu em busca de cura ou
paliativo para as sequelas de um ataque de paralisia:
«Quinta-Feira, 10, do corrente [mês de Maio],
pelas 4 horas da tarde sobreveyo a ElRey nosso Senhor hum delíquio, que
brevemente se deu a conhecer por ataque de Paralysia, porque lhe debilitou a
parte esquerda do corpo, porém sem febre alguma, e deixando-lhe sempre o
entendimento e a fala livres, de sorte que logo se confessou. Com os remedios
que se deram a Sua Mag. se achou na manhan seguinte mais aliviado da cabeça. E
nam só pedio o Viatico, que na mesma manhan se lhe administrou; mas também, sem
outro impulso que o da sua piedade, quiz receber as absolvições in articulo
mortis do Nuncio de Sua Santidade e dos Comissários das Ordens Terceiras de S.
Francisco e do Carmo» (“Gazeta de
Lisboa”, Num. 20, Terça feira 15 de Maio de 1742)
O
mesmo periódico, a 6 de Junho, informa que «Sua
Magestade continua com grande melhora na sua queixa e para se lhe limpar
qualquer residuo da sua molestia, se lhe tem receitado os banhos das Caldas
chamadas da Rainha, para o que se tem mandado fazer todas as disposições
convenientes» (“Gazeta de Lisboa”,
Num. 26, Terça feira 26 de Junho de 1742).
As
disposições incluíam ordens para a reparação das estradas por onde o rei iria
viajar e a construção de palácios de madeira na vila termal para alojamento da
corte (GUIMARÃES, 1875, p. 235).
D.
João V iniciou a sua viagem para as Caldas a 9 de Julho, primeiro de bergantim
até ao porto de Vila Nova de Rainha, e daí, num coche preparado para a ocasião,
fez o resto da viagem até às Caldas, passando por Alenquer. Chegado á igreja do
Senhor da Pedra, em Óbidos, apeou-se, mandou sair os fiéis que estavam na
igreja, e nela entrou para orar. Nas Caldas, onde chegou a 10 de Julho, parou também
diante do hospital para rezar à imagem da Senhora do Pópulo (PIMENTEL, 1892, p.
239). O rei hospedou-se em casa de António de Lima, contígua à do desembargador
João de Proença, onde a rainha, que viajou depois dele, se aposentou,
criando-se um passadiço entre os dois prédios. O infante D. Francisco ficou
acomodado na quinta de Bernardo Freire (depois conhecida por Quinta das
Janelas), enquanto os filhos naturais de D. João V ficaram hospedados na Quinta
de Silvério da Silva em Alfeizerão (PIMENTEL, id.; GUIMARÃES, id.), ou seja,
Silvério da Silva da Fonseca Salvado (1699-1788), senhor da casa de Alcobaça, pai
de Manuel Pedro da Silva da Fonseca, e avô de outro Silvério da Silva da
Fonseca, nascido no ano do terramoto. Os ditos “filhos naturais” de D. João V
são os seus filhos ilegítimos, nascidos de mães diferentes, que o rei
reconhecerá por um decreto emitido nas Caldas a 6 de Agosto (o "Decreto porque S. Majestade houve por bem
declarar três filhos ilegítimos”), mas que só se tornará oficial dez anos
depois.
Conta
Ribeiro Guimarães: «Os frades de
Alcobaça, apenas a corte chegou às Caldas, enviaram-lhe um presente que
constava do que se segue – 69 vitelas, 194 presuntos, 182 queijos, 210 perus, 692
galinhas, 12 cargas de fruta, 36 paios, 333 caixas com doces – dividindo pelas
pessoas reais e indivíduos da corte aquelas comedorias». O rei também
destinou parte da oferenda aos frades das Gaeiras, e prodigalizou em todas as
direções generosas donativos e presentes, a enfermeiros, médicos, anfitriões, dignitários
e religiosos das Caldas, à igreja matriz das Caldas e á igreja do Senhor da
Pedra.
Sentindo
algumas melhoras nas Caldas (onde voltará mais doze vezes), o rei D. João V
regressa a Lisboa no dia 16 de Agosto. Durante esse período de tempo, sucede um
acontecimento funesto, a morte do infante D. Luís, comunicada nestes termos
pela Gazeta de Lisboa (nº 30, de 24
de Julho de 1742): «O Sereníssimo Senhor
Infante D. Francisco, estando de cama por haver molestado uma perna ao apear-se
do coche, lhe sobreveyo na terça feira huma colica, acompanhada de dores tam
violentas que poz em cuidado aos Medicos. Na quarta feira se lhe aplicou o
remedio da sangria, e se moderou a sua queixa até quinta feira, em que o mal se
aumentou, reforçado com huma grande febre, a que nam aproveitou a aplicaçam das
sarjas [incisões para sangria]; e depois de fazer todas as disposiçoens de
Príncipe mais pio, resignado na vontade do Senhor, lhe entregou o espírito
pelas oito horas e hum quarto da noite de Sábado, 21 do corrente».
Obras referidas:
GUIMARÃES. J. Ribeiro, Summario de
Varia História, v. 5º, Lisboa 1875.
PIMENTEL, Alberto, As amantes de
Dom João V - estudo histórico, Lisboa, Tipografia da
Academia Real das Ciências, 1892
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