sexta-feira, 7 de junho de 2019
sexta-feira, 24 de maio de 2019
Corografia Moderna
BAPTISTA, João Maria, coadjuvado por seu filho João Justino Baptista de Oliveira, Chorographia Moderna do Reino de Portugal, Volume IV, pp. 10-12, Lisboa, Tipographia da Academia Real das Sciencias, 1876.
(Vide em PDF)
(Vide em PDF)
sábado, 11 de maio de 2019
Moinho do castelo
Do moinho do castelo, cujas ruínas fustigadas
pelo vento se erguem a noroeste da fortificação, a primeira referência escrita
que lhe encontramos data de 1781 e refere o óbito do filho menor do casal que nele
vivia.
Moinho
do castelo, José, menor.
Aos vinte e nove dias do mês de
Junho de mil e setecentos e oitenta e um, faleceu da vida presente José, menor,
filho de José do Couto e de Josefa Maria, naturais do Casal do Pardo; e para
constar fiz este assento que assinei. Dia, mês Era ut supra.
O Cura e Padre Dionísio Álvares de Azevedo
[ADLRA, IV/24/C/12, Registos de
óbito da freguesia de Alfeizerão: 1769-1795, fl. 45r]
quarta-feira, 17 de abril de 2019
A "Cruz de Ferro", de Jorge Brum do Canto
(hiperligação na imagem)
A “Cruz de Ferro”, filme de Jorge Brum do
Canto com produção da Tobis Portuguesa, foi estreado a 8 de Março de 1967 no
cinema Roma, em Lisboa. Baseado num romance de Armando Vieira Pinto (“Natal na Serra”), o trama desenrola-se
em volta do conflito entre duas aldeias pela posse da água que irriga as suas
terras e foi quase integralmente rodado em Castro Laboreiro.
O filme contava,
entre outros, com os actores Alírio de Sousa, Amílcar Lyra, Ângela Ribeiro, António
Machado Ribeiro, Cremilda Gil, Cunha Marques, Emília Correia, Jorge Brum do
Canto, Maria Domingas, Octávio de Matos e Ruy Furtado. Foi distinguido pelo
SNI, Secretariado Nacional de Informação, em cinco categorias: Melhor Filme do
ano, Melhor Argumento Adaptado (Jorge Brum do Canto e Fernando Fragoso),
Fotografia (João Moreira), Melhor Actor (Octávio de Matos) e Melhor Actriz
(Cremilda Gil).
Foi o último
trabalho cinematográfico de Maria Domingas no papel secundário da “viúva”,
concluído um pouco antes dela se retirar completamente da vida artística. Mesmo
numa participação tão modesta neste filme, é notório o seu amadurecido talento
de actriz, e o carisma e a beleza da sua figura.
P.S.: Cremilda Gil, a conhecida actriz que foi considerada pelo SNI a melhor actriz do ano de 1967 pelo seu desempenho neste filme, nasceu nas Caldas da Rainha a 23 de Fevereiro de 1927. Teve uma carreira prolífica repartida pelos palcos, pelo cinema e pela televisão, tendo falecido a 7 de Fevereiro deste ano em Évora.
Fotogramas de Maria Domingas no filme:
quarta-feira, 10 de abril de 2019
A memória das armas (1914-1918): dois soldados da freguesia de Alfeizerão que não regressaram de França
Em França, na listagem que antes organizamos sobre os soldados mobilizados
na freguesia de Alfeizerão, encontramos menção de dois soldados que aí perderam
a vida e foram sepultados em solo francês. Neste breve apontamento, regressamos
a esses dois nomes para lhes acrescentarmos alguns miúdos traços biográficos.
Solteiro, embarcou para a França a 19 de Janeiro de 1917, integrou o
Regimento de Infantaria n.º 7 (soldado n.º181 da 2.ª Brigada). Sobreviveu à
guerra e a 14 de Março de 1919 entra no gozo de uma licença de 10 dias,
regressa no dia 23 desse mês mas três dias depois é hospitalizado no Hospital
de Sangue n.º 5 onde viria a falecer no dia 2 de Abril, vitimado por uma
broncopneumonia dupla gripal. Sepultado no cemitério civil de Linghem, o seu
corpo foi depois trasladado para o Cemitério Militar Português de Richebourg
l`Avoué (Departamento de Pas-de-Calais).
Do seu assento de baptismo (ADLRA, Registos de batismo da freguesia de
Alfeizerão: 1893-1893, IV/24/B/46, assento n.º 26), recolhemos alguns elementos
sobre os seus primeiros tempos de vida e os seus ascendentes
Foi
baptizado a 7 de Maio de 1893 (tinha 23 anos quando embarcou para a França),
tendo nascido em Vale de Maceira às 10 horas do dia 5 de Abril, filho de
António Segismundo e Maria Francisca, ambos naturais e moradores no lugar. Era
neto paterno de Segismundo dos Santos e Francisca Maria e neto materno de
Francisco da Silva e Francisca Maria. Foram seus padrinhos os seus tios
maternos, Daniel da Silva e Maria Francisca.
A sua
sepultura no cemitério francês de Richebourg l`Avoué situa-se noTalhão C, Fila
11, Coval 16.
José
Luís, casado com Maria da Encarnação, embarca para França a 20 de Janeiro de
1917. Tinha o posto de soldado na 2.ª Brigada de Infantaria do Regimento de
Infantaria n.º 7. Apenas cinco meses depois, no dia 21 de Junho, é morto na
primeira linha por ferimentos provocados por estilhaços de morteiro. Sepultado
no cemitério de Pont du Hem, o seu corpo é trasladado depois da guerra para o
Cemitério Militar Português de Richebourg l’Avoué (Talhão B, Fila 12, Coval 16).
José
Luís, segundo o seu assento de baptismo (ADLRA, Registos de batismo da
freguesia de Alfeizerão: 1894-1894, assento n.º 22, IV/24/B/47), nasceu às três
horas do dia 27 de Junho de 1894 no Casal do Amaro, filho de Joaquim Luís, que
era natural da freguesia de Santa Catarina, e de Maria do Rosário, natural do
Casal do Amaro, onde eram moradores. Foi baptizado na capela de Santo Amaro em
Alfeizerão no dia 8 de Julho. Era neto paterno de José Luís e Joaquina Rita e
materno de António Paulo e Joaquina Maria. Foram seus padrinhos José Marques,
solteiro, e Nossa Senhora do Rosário, e tocou com a Coroa da santa, José Luís,
casado, proprietário.
domingo, 7 de abril de 2019
A vida e a carreira do desembargador Luís Botelho da Silva Vale
O esboço sobre a vida e a carreira do desembargador Luís Botelho da Silva Vale. Nasceu em Alfeizerão, de origens humildes mas determinado a ir tão longe quanto possível na sua carreira de magistrado, mereceu da parte dos que o conheceram alguns considerandos e observações que servem de elementos para um perfil psicológico: devotado nos estudos, severo e cumpridor, exemplarmente grave e circunspecto em todos os actos e cerimónias protocolares em que teve de intervir.
Serviu três reis, trabalhou em Portugal e no «Estado da Índia» e foi aposentado com 82 anos de vida
Serviu três reis, trabalhou em Portugal e no «Estado da Índia» e foi aposentado com 82 anos de vida
Uma correção/errata ao texto do trabalho. Quando falo da aposentação do desembargador, escrevi que ele se aposenta em 1790 com 82 anos e considerei irreflectidamente que desses 82 anos tivera 55 ao serviço da Coroa, o que não é verídico. Tinham-se passado 55 anos desde que ele fizera a Leitura de Bacharel, ou seja, candidatara-se a um lugar no Desembargo do Paço, mas em 1754, quando está de partida para a Índia, é dito na Mercê de D. José que ele já servira a Coroa como Juiz de Fora durante seis anos - isso dá-nos a data de 1748 para o início do seu trabalho pela Coroa, por conseguinte, em 1790, quando se aposenta, ele havia cumprido cerca de 42 anos como magistrado, o que de todas as formas, não deixa de ser notável.
quinta-feira, 14 de março de 2019
O assento de batismo de um homem de Letras
O bacharel Luís Botelho da Silva Vale, natural de Alfeizerão e com parentes
próximos na vila, na Macarca e em Famalicão, teve uma carreira assinalável como
Juiz de Fora e desembargador, sobretudo no reinado de D. José I. As inquirições
sobre ele, sobre a qualidade da pessoa e limpeza de sangue, apontam diferentes
estimativas das testemunhas ou depoentes sobre a sua idade. O assento de
batismo que transcrevemos esclarece esse ponto. Neste assento, lavrado pelo
cura João do Souto Velho, o padrinho de batismo, Luís Soares da Silva, que supomos ser um irmão ou familiar próximo de João Botelho da Silva, surge indicado num dos documentos
relativos ao bacharel como parente deste e que tinha o cargo de administrador dos tabacos da vila de Santarém e
morador aí no bairro do Salvador. Nos anos imediatamente anteriores ao ingresso
de Luís Botelho da Silva na Universidade de Coimbra, ele e o pai saem de
Alfeizerão e passam a residir em Santarém, e de seguida em Torres Novas.
domingo, 17 de fevereiro de 2019
domingo, 10 de fevereiro de 2019
O marco do Santíssimo
O marco
Ao lado da Rua Principal em Famalicão da Nazaré,
junto à saída para o Rebolo, levanta-se o marco do Santíssimo sobre um soco
cúbico de alvenaria. O marco de pedra ostenta numa face a abreviatura de
Santíssimo Sacramento («S.o
S.o»)
e na outra face (leitura com algumas reservas):
Q.
DO
SANTSS.o SACRAM.
EM
POD.
HF. CC.
1713
Alude
à quinta do Santíssimo Sacramento e à data em que foi levantado o marco. Sobre
a inscrição que precede a data, não possuímos explicações, poderia conjecturalmente
tratar-se de uma expressão latina abreviada ou, seguindo as informações do
cronista cisterciense de que falaremos em seguida, a abreviatura do nome de
quem administrava a quinta na altura e que o terá mandado erguer.
A quinta
A
quinta da Macarca, da qual se conhecem referências desde o século XIV (vide.
GONÇALVES, 1989), pertencia ao mosteiro que a cedia em regime de aforamento; um
dos que a aforou, segundo o cronista cisterciense Frei Manuel de Figueiredo (FIGUEIREDO, 1782),
foi o fidalgo Cristóvão Esteves de Esparragosa (1465-1549), desembargador do
Paço.
O
mesmo cronista conta-nos que depois de a manter aforada a diferentes titulares,
o mosteiro dedicou a quinta «ao culto do
Santíssimo Sacramento da igreja monasterial de Alcobaça e recebe o seu
administrador os dízimos de todos os frutos, os quartos do pão e legumes, com
os quintos dos mais géneros. E as terras pertencem aos moradores que pagam
estes tributos, está demarcada com altos
marcos de cantaria [destaque nosso]
e nas partes mais principais da demarcação tem padrões com grandes e claras
inscrições, que dizem quem mandou marcar as terras e a quem as mesmas
pertencem. Tem no sítio do seu nome um edifício com celeiro, lagar e adega,
levantado no ano de 1762».
Entregue
à Confraria do Santíssimo Sacramento de Alcobaça, a quinta toma a designação de
Quinta do Santíssimo, nome que aparece neste alto marco de cantaria em Famalicão, que era um dos marcos de
demarcação dos terrenos da quinta.
Confiada
a quinta e os rendimentos que dela se poderiam obter à Confraria do Santíssimo
Sacramento em Alcobaça, esse acto administrativo do mosteiro deve ter tido
reflexos no quotidiano e na população da Macarca de então, com pessoas vindas
de Alcobaça a fixar-se e a viver no lugar. Se os assentos paroquiais são muitas
vezes omissos ou lacónicos quanto à origem de celebrantes e defuntos,
encontramos uma referência documental segura numa Diligência de habilitação para a Ordem de Cristo de Luís Botelho da
Silva Vale (DGA/TT, Mesa da Consciência e Ordens, Habilitações para a Ordem
de Cristo, Letra L, mç. 1, n.º 3). Neste documento, datado de 1754, ficamos a
saber que os pais do suplicante eram naturais, ele de Alfeizerão e ela da
Macarca e que era «neto pela parte
materna de Máximo de Moura, natural de Alcobaça, freguesia do Santíssimo
Sacramento, e de sua mulher Clara Gomes, natural da Macarca».
Fontes:
FIGUEIREDO, Frei Manuel de, Corografia da Comarca de Alcobaça (Capítulo de Alfeizerão), 1782, manuscrito,
PDF disponível em: https://drive.google.com/file/d/1462MR41YzSP-NzWgUF0CsYtSy3aqmYFs/view?usp=sharing
GONÇALVES, Iria - O Património do
Mosteiro de Alcobaça nos Séculos XIV e XV, Lisboa, Universidade Nova de Lisboa, 1989.
quinta-feira, 24 de janeiro de 2019
Um memorando
= Memorandum =
N’este
anno [1905] principiou-se a
construção da torre na Egreja Parochial, a qual torre se acabou em Junho do
anno seguinte. Fez-se com donativos colhidos na freguesia e fôra por iniciativa
do parocho [P.e Manuel Rodrigues] e
auxilio do sachristão, devendo notar-se o auxílio importante da Ex.mo Sr.
Adelino Antonio Ferreira e Francisco da Polonia e João Augusto Ferreira, que
acompanharam o parocho no peditório.
[ADLRA, freguesia de Alfeizerão, Registo de batismos, livro n.º
31, 1905-1905, IV/44/E/60]
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